quarta-feira, 7 de abril de 2010



Sou uma ilha
cercada de perdas por todos os lados.
Cada vez mais
longinqua.
Dia chegará em que estarei
sem sofrimentos ou esperanças,
inacessível
a cultivar minhocas
e pensar que a mim
me basta o mar
beijando minhas costas.

Barra Grande
Foto I.Moniz Pacheco

10 comentários:

Bípede Falante disse...

Ivonete, um poema de primeira e indicustível grandeza. Também sou uma ilha cercada de perdas.

Edu O. disse...

E a leganda da foto vem concluir perfeitamente. A vida é Barra e das Grades.

Bernardo Guimarães disse...

porreta, porreta!

Janaina Amado disse...

Ivonete, você é poeta das boas! Gostei muito do poema, me comovi com os sentimentos que expressa.

Anônimo disse...

Ai Jesus, mais uma poeta!

Anônimo disse...

será que algum dia...
alguém vai se acostumar em ser um ilha...?
uma ilha...cercada...
beijos
Leca

dade amorim disse...

Belo poema, que diz a que veio e toca a todos nós, seres finitos.
Um beijo, Ivonete.

Nilson disse...

Belo belo! E eis que você nos mostra mais um de seus talentos, Ivonete. Fico aqui olhando para as minhas perdas!

aeronauta disse...

Fiquei comovida. Que poema maravilhoso!

Lucia Alfaya disse...

Lindo! Adorei! Fiquei sem palavras! Como se estivesse frente a frente com o infinito e a escuridão da alma! Parabéns, esse texto só faz reforçar a idéia que venho maturando na cabeça para a nossa exposição. Temos que conversar urgentemente!