terça-feira, 4 de maio de 2010

Sou assim mesmo
inconstante e intensa

comigo mesma, em casa,
na multidão, arrodeada,
até mesmo acompanhada,

cavalo de diversos ritmos
túmulo de múltiplas ossadas.
Oceano de muitas regatas
horizonte de um barco

Aquarela de mil tons
arco íris no infinito despejado
tela monocromática

Cardume de peixes raros,
piaba presa no anzol
revoada de bicos de lacre
papa capim de uma nota

Mar revolto
ondas de tubo
maré morta

Assim passam os dias
pequenos, elásticos, estreitos,
e as noites rígidas
vazias ecoam.
Os séculos não correm,
voam
e eu sigo
só.

Relêvo em madeira pintada
Trabalho e foto I.Moniz Pacheco

8 comentários:

Anônimo disse...

Show Ivonete, show!

Bípede Falante disse...

Você e Lúcia são tão talentosas. Uma inspiração. Ou melhor, duas inspirações.
Beijo.
Bípede
P.S. Não consegui ainda diminuir a imagem do seu trabalho para por no cabeçalho do Mínimo Ajuste. O programa do blog está me dando uma surra junto com o que baixei no baixaaqui. Mas ainda vou conseguir!

Lucia Alfaya disse...

Lindos: tabalho e texto. Vão para a exposição?

aeronauta disse...

Amei, Ivonete, principalmente:
"só
cavalo de diversos ritmos
túmulo de múltiplas ossadas."
Parabéns!

soniarpena disse...

Ivonete pintora, escultora e...POETA. Menina, vc nos surpeendendo a cada dia. Parabéns. Agradeça pelos dons. Continue, siga, seja feliz por nos deixar tão felizes. Carinho mineiro e especial para vc. Sempre.

Edu O. disse...

tia, adoro ver tuas coisas!

Anônimo disse...

Vim até aqui...
para te trazer gentilezas...
e beijos gentis...
Leca

Nilson disse...

Grande ritmo, profusão de imagens. Grande essa poesia que agora vem junto com as telas!!!