O telefone mudo. A campainha da porta não toca. Só o zumbido do silêncio e o crepitar das chamas do desespero que consome minha alma. Misteriosamente não há angústia. Deito, sento, levanto, corro, ando. Tanto faz.
Não sei se vejo, não sei se imagino. Cenas se passam à minha frente. É teatro? É vida? Atores ora lambem minhas mãos, ora me açoitam as costas fartas numa dança cruel.
A xícara derramada me traz de volta: o céu estrelado, de um azul profundo. O mar lambe fragorosamente minhas pernas.
Ouço o crepitar das chamas.
Ouço o crepitar dos sonhos.
Foto I. Moniz Pacheco
S.João 2010.
10 comentários:
Senti um arrepio enquanto lia o seu belíssimo texto. Ele me convidou a me ausentar de mim também, sob o hipnótico crepitar dos sonhos.
Bjs
Ivonete, é um momento muito precioso esse de quando a gente está em chamas!
Chorik,
Foi mais ou menos assim.
Bípede,
Só quem sente sabe.
comadre: adorei o trato que deu em moniz fiappo. tá lindo!
os textos, como sempre, ótimos.
cadê vasgo da gama, men de sá ou tomé de souza?
bj
Vc bota pra f..., viu minha tia?! que texto éesse? e essas chamas!!!
Uau! Acho que a vida é o que acontece em horas assim! Vc,cada vez mais afiada! E o cabeçalho Moniz Fiappo tá massa. Adoro seus quadros!
É verdade, Ivonete, só quem sente sabe. E você conseguiu expressar bem isso no texto, que dá arrepios na alma. Bjos.
P.S.: O lançamento foi transferido para 24/08. Agende aí, tá? Quero te ver!
Bernardo,
estou tentando melhorar a apresentação, para ficar mais organizada, para isso estou contando com um "personal blogger" porque nesse assunto, sozinha, não chego a lugar nenhum. Thomé de Souza está aqui, felicíssimo com esse tempo, que ele adora e fica pulando na chuva que nem eu quando era criança.
Parabéns pela nova decoração! Acho até que foi inspiradora pois esse texto está de f...
Beijo, ôto, tchau, até amanhã!
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