quinta-feira, 10 de março de 2011




Dessa vigília incansável, dessa sentinela dolorida, meus olhos secos e minhas mãos hirtas são testemunhas.
O dia chega, claro, luminoso, trazendo a evidência de um corpo sem som, sem brilho, ao meu lado.
Daqui a pouco levantará.
Um último olhar quase me trai: o soluço fica suspenso, uma gota no ar.
Saio antes que o sol queime minha pele e exponha a dor subjacente que lateja minhas têmporas bradando aos quatro ventos minha agonia eterna.
Estudo Moniz Fiappo

10 comentários:

Bípede Falante disse...

Dessa artista incansável, dessa mulher incansável, escapa tanto sentimento...

Anônimo disse...

Texto dolorido, sem dipirona que alivie.

Lucia Alfaya disse...

Fiquei com a respiração suspensa...

Edu O. disse...

vai acabar lançando livro e já com maravilhosas ilustrações

Nilson disse...

Texto pungente. Concordo com Edu: tá merecendo livro com ilustrações já prontas, maravilhosas!

Anônimo disse...

Ives , acho que já está na hora de pensar em reunir tanta coisa bonita em um livro, para mais pessoas compartilharem. bjs. Alicinha

Bernardo Guimarães disse...

pôxa!

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

"Um último olhar quase me trai: o soluço fica suspenso, uma gota no ar."
neste momentos fica a poesia em palavras e imagens como estas

Moniz Fiappo disse...

Gente, só tenho de agradecer a todos pelos comentários generosos.
Esses posts na realidade servem apenas para por pra fora alguns pensamentos e palavras que brotam vez em quando na minha cabeça. O sentido original do blog era divulgar meus trabalhos, telas, esculturas e que tais. Terminou que está virando um casamento de texto e imagem. E que bom que voces gostam.
Beijos

aeronauta disse...

Oi, Ivonete, que texto e imagens imersas, profundas, dignas realmente de um livro. Bjos.