Os dias seguem e é como se o mundo não se movesse. Nos últimos dias, nem meus pincéis. Imóveis, calados.
As bocas se abrem e se fecham e eu não ouço nada.
Meus ouvidos estão surdos.
Meus olhos, abertos, nada querem ver.Os lábios cerrados/encerrados num sorriso tumular.
A cabeça gira por dentro, incontrolável. Sensações nítidas se misturam a fantasias e nuvens.
Parece droga pesada.
Não sei onde estou e duvido quem sou.
A efervescência do mundo todo derrama lágrimas secretas que me alimentam nessa viagem.
Cada um tem seu vulcão de mistérios: sou além do que cabe em mim.
Escultura de Amélia Cabral.
Foto I.Moniz Pacheco
11 comentários:
Ivonete, estou emocionada e sem palavras.
Ivonete, eu fiquei comovida e impressioanda ao ler seu texto tão sensível e bonito: ele descreve não só seus sentimentos, mas também os meus, nos últimos dias. Tenho me sentido assim mesmo, embotada, caramujo. Sempre conforta saber que há outros caramujos por aí...
"Não sei onde estou e duvido quem sou." Sua frase diz tudo.
vc sabe descrever o que a gente sente. poeta é isso!
Putz.
Escrever é um passo na direção da saída.
Estou assim desse mesminho jeito, Ivonete. Lindo texto.
Minha cumade o texto é demais de bom. E você é uma supimpa porque dentro deste seu momento encontra força para me dar força. Você é muito!
Toc, toc, toc - Ivonete, vim saber de você, se melhorou, se viu algum sol, se está de volta. E dizer que sinto falta de você e de sua arte aqui. Um beijo.
Obrigada a todos os que se preocupam comigo. Estou indo assim,assim. Fazendo força prá ficar melhor. De todo modo, essas mensagens de afeto já são um up!
Obrigada, beijos.
Tia, que coisa forte!! e Amélia arrasou na escultura!!! parabéns as duas.
Será que temos estado todos assim, de um jeito ou de outro? Seja como for, me tocou esse seu texto. Mas o mundo afinal precisa se mover!!!
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