segunda-feira, 12 de abril de 2010

Imponderável como um ébrio.
Como um tolo, sem respostas...
Sábio, nunca fui.
Bebi da água pura
da fonte sem dono.
A meio caminho do chão e do céu,
dependurado num cacho
de balões vermelhos.
Fechei os olhos
e enchi meu coração vazio,
da paz de não mais tocar
as estrelas por onde andei
as areias por que passei.

Ventura de Matos
Foto e estudo I.Moniz Pacheco

5 comentários:

Bípede Falante disse...

Sabe o que eu vejo na sua abstração? Uma pessoa em pé, lendo um livro que segura com a mão. Acho que é um livro de poesia...

Edu O. disse...

Tia, obrigado pelas palavras e principalmente pelo gato. bjs

aeronauta disse...

Vejo um raio, um arrebatamento, uma fatalidade. Bonito trabalho.

Moniz Fiappo disse...

Bípede e Aeronauta,
Geralmente não nomeio meus trabalhos porque acho que inflluenciaria antecipadamente a leitura de cada um. Pode ser sim uma pessoa, em pé, lendo. Pode ser sim, um raio, um arrebatamento, uma fatalidade.
Gosto disso, da interpretação pessoal, da visão individual, do que se passa na cabeça de quem vê.
Isso me anima a criar mais e principalmente melhor.

Janaina Amado disse...

Que lindo poema!
Abstração é bom porque cada um vê o que quer: eu, por exemplo, vi uma aviãozinho de papel que voa, voa, voa bem alto, acima das estrelas por onde andei.