terça-feira, 6 de julho de 2010


"Minha experiencia do mundo é organizada por minha vontade de sobreviver e por meu interesse particular: vejo o mundo só de minha janela.
Certo, ao redor de mim, há muitos outros de quem gosto e aos quais reconheço o direito de também sobreviver e promover seus interesses.
Mas o fato de eu respeitar esses meus semelhantes não muda em nada meu ângulo de visão. É só quando amo que consigo olhar, ao mesmo tempo, por duas janelas que não se confundem, a minha e a de meu ser amado. Essa estranha experiencia ótica faz que os amantes reconstruam o mundo, enxergando coisas que ficam escondidas para quem só sabe olhar por uma única janela."
Alain Badion (Éloge de l'amour).
Estudo para escultura. Foto I.Moniz Pacheco

5 comentários:

Anônimo disse...

Em suma, o amor deixa a gente vesgo. :)

Bípede Falante disse...

Consegue olhar por duas janelas e unir duas janelas, a da pintura e a da escrita em harmoniosa parceria.

Anônimo disse...

Vesgo não, estrábico e zarolho.

Anônimo disse...

é sempre bom...olhar por mais janelas...sempre ver a nossa própria janela cansa...

"...Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
Sem nos dar braços para os alcançar?!..."
Lindo né...é Florbela Espanca...
Que flutua no meu blog...
E espera por você...
Beijos...
Leca...

aeronauta disse...

Belo trecho, Ivonete, e ilustrado com sua imagem nos faz transcender o que é dito e ir além.