terça-feira, 25 de outubro de 2011


Entre os dois o abismo enorme. No fundo dele o amor esquartejado, esquecido pelo embate de egos. No ar o drama escorria, derretendo ao sol. O cheiro sobressai desandando a calda de calúnia enegrecida pelo sabor de solidão.
Nenhum gesto. Movimentos audazes congelam no ar. Tentáculos de lucidez erram como esculturas inacabadas assombrando os tempos idos quando batalhas de corpos nus engoliam as horas sem chance de mais nada.
Desculpas se desmancham ao vento. O ceticismo fecha mais uma vez a cena da vida em comum.
O fantasma da solidão aplaude feliz.

3 comentários:

Terráqueo disse...

Adorei o quadro, e o poema. Toda vez que um amor é esquartejado o fantasma da solidão se torna mais poderoso. Parabéns.

Lucia Alfaya disse...

Mais uma ruptura
Uma corrente
que perdeu um elo
Perdidos para sempre
Suas almas penam
Seus corações soluçam
Nunca mais serão
Nunca mais verão
Para sempre
O inverno a congelar
Seus corpos nus
Incapazes de se dar novamente.

Terráqueo disse...

Lucia e Ivone, impressionante como vocês esbanjam talento. Bjs.