terça-feira, 10 de maio de 2011

Assim como o barulho ensurdecedor do avião cortando os céus, como um punhal rasgando o ventre, aqui estou, confusa e dilacerada, bebendo o vinho amargo da desilusão.

Quero mergulhar no mar azul profundo dos teus olhos e pintar minha vida com a cor dos nossos sonhos. Gostosos como a sensação de andar descalça à tardinha na beira do mar, chutando pocinhas de maré vazante, catando conchas e pedrinhas buriladas pelo vaivém das ondas.

Nada. Os dias correm quentes e vazios. As noites gotejam como o sono dos desesperados. Tenho fome e vomito súplicas. Molho o chão com as lágrimas da saudade em vão.

Foto I.Moniz Pacheco

4 comentários:

Bípede Falante disse...

Ivonete, você é tão talentosa com as palavras como é com os pincéis. Que prosa bonita, emotiva, inspiradora.
Beijos.
BF

Lucia Alfaya disse...

Tristeza não tem fim, felicidade sim... Assim é a saudade, infinda...

Nilson disse...

Ivonete, concordo: cada vez melhor também com as palavras. Tava com saudade dessa sua praia. Mas voltei!

aeronauta disse...

Também com saudade de você, daqui. Prosa pungente, comovente, bonita.