Assim como o barulho ensurdecedor do avião cortando os céus, como um punhal rasgando o ventre, aqui estou, confusa e dilacerada, bebendo o vinho amargo da desilusão.
Quero mergulhar no mar azul profundo dos teus olhos e pintar minha vida com a cor dos nossos sonhos. Gostosos como a sensação de andar descalça à tardinha na beira do mar, chutando pocinhas de maré vazante, catando conchas e pedrinhas buriladas pelo vaivém das ondas.
Nada. Os dias correm quentes e vazios. As noites gotejam como o sono dos desesperados. Tenho fome e vomito súplicas. Molho o chão com as lágrimas da saudade em vão.
Foto I.Moniz Pacheco
4 comentários:
Ivonete, você é tão talentosa com as palavras como é com os pincéis. Que prosa bonita, emotiva, inspiradora.
Beijos.
BF
Tristeza não tem fim, felicidade sim... Assim é a saudade, infinda...
Ivonete, concordo: cada vez melhor também com as palavras. Tava com saudade dessa sua praia. Mas voltei!
Também com saudade de você, daqui. Prosa pungente, comovente, bonita.
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